Birras?

 

 
Como disse no artigo anterior, vou passar ao tema das birras (visto ser uma das grandes causas dos castigos),
falando sobre a visão que Maria Montessori tem sobre eles.
 
Para Montessori, há que analisar se a ação incorreta da criança foi um erro ou uma necessidade. Se por exemplo, uma criança chora porque não pode agarrar ou escolher algo e se algo não está no local habitual, o choro da criança não representa um erro desta mas uma necessidade. Nestas circunstâncias devemos analisar como evitar essa ação, por exemplo, preparando melhor o ambiente da nossa casa, ajustar as rotinas diárias, etc.
 
Mas se uma criança teve efetivamente um comportamento incorreto, por exemplo, bateu noutra criança ou gritou com alguém, há que:
1º - Parar a criança, da forma mais pacífica possível;
2º - Baixar-nos à altura da criança, falar baixo e de forma séria;
3º - Explicar as consequências da sua ação de forma clara e simples.
 
Esta conversa pode ser por exemplo da seguinte forma:
"Bateste no teu irmão" em vez de "foste um menino mau".
"Ele magoou-se" em vez de "ele ficou triste contigo".
"Não vais bater mais" em vez de "Assim ele também te vai bater".
 
Concluindo, devemos retratar os factos e não emitir juízos de valor.
 
Muitas vezes, é neste ponto que optamos pelo castigo, mas Maria Montessori defende que depois de conversar com a criança, deve-se convida-la a fazer algo que goste e que não tenha a ver com o que estava a fazer quando cometeu o erro. Só mais tarde, preferencialmente, noutro dia, deveremos ensinar a forma correta de agir. No seguimento do exemplo em que a criança bateu no irmão, devemos explicar que devemos tratar todas as pessoas com respeito e gentileza, ou ensinar pouco a pouco diversas formas de ser gentil, mas sem referir o episódio anterior.
 
Este tema é complexo e ainda havia muita coisa a dizer, mas, para concluir, vou referir que esta forma de agir não é uma receita mágica para o bom comportamento, ou seja, não é por agirmos desta forma uma ou duas vezes que vimos mudanças.
 
O importante é mostrarmos à criança que, por pior que seja a situação, podemos sempre resolver os problemas com serenidade e respeito.
Embora o castigo pareça funcionar a curto prazo, pois ninguém gosta de humilhação, o certo é que uma vez aprendendo a forma correta de agir, talvez a criança não erre mais
 
Beijinhos e Abraços!
 
 
 
 

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